Há já algum tempo que andávamos para visitar a Mata Nacional do Bussaco. A uns escassos 30Km de casa, confesso que era um crime ainda não a termos visitado!
Era a semana que antecipava o dia da Mãe, e combinei com o meu marido que iríamos tirar dois dias de “férias”, o Sábado e o Domingo e, como tal, haveria isenção de tarefas domésticas e iriamos passear.
Dois dias de férias – parte 1
Sábado de manhã, acordamos à hora que nos apeteceu e preparamo-nos para o dia de Verão que se avizinhava.
E enquanto as meninas se metiam bonitas, o marido surpreendeu com umas deliciosas panquecas e ovos mexidos.
Pequeno-almoço tomado, lá nos aprontamos a sair de casa em direção ao Bussaco.
Luso
Quase a chegar ao nosso destino, passamos pelo Luso. Lembro-me em miúda de ir com a minha mãe, carregadas de garrafões vazios, enchê-los nesta fonte. Hoje por distracção, não trouxe nenhuns, mas levei uma garrafinha pequenina, para saborearmos a água fresquinha das terras do Luso.

Continuamos o caminho e chegamos à entrada da Mata Nacional. A entrada é gratuita para quem se aventura a pé ou de bicicleta mas paga para veículos a motor (carros até 5 lugares pagam um bilhete diário de 5€).
Já dentro da Mata, sentimos uma paz avassaladora. O trânsito é pouco, a estrada está em muito bom estado, e encontramo-nos rodeados de verde e frescura.
Não levamos almoço connosco, mas podemos denotar as várias mesas e bancos de madeira dispersos ao longo do trajecto, com o devido lugar de estacionamento na proximidade.

Lagoa Fria
Vemos uma indicação para a Lagoa Fria e paramos o carro. Somos surpreendidos por uma escadaria enorme de onde flui uma cascata belíssima e que desagoa numa lagoa onde os patos se deliciam a refrescar-se.
A escadaria tem mais de uma centena de degraus. A pequena cá de casa meteu-se a caminho até ao topo, apesar de eu lhe dizer que aqui em baixo dá muito bem para ver tudo 😉
Depois de subir e descer a escadaria, fomos visitar os patinhos e dar um passeio pela beleza envolvente. Aqui existem também várias mesas e bancos para o merecido descanso.

Hotel Palace do Bussaco
Depois de apreciarmos este parte da Mata, seguimos caminho de carro, até nos depararmos com o Palácio do Bussaco.
Uau! Fiquei boquiaberta! Não imaginava tamanha imensidão e beleza.
Iniciada a construção no século XVI do Convento de Santa Cruz, foi apenas no século XIX que o Palácio foi construído (adjacente ao Convento) e o respectivo Hotel. Inspirado no estilo Manuelino da Torre de Belém e Mosteiro dos Jerónimos, o Palácio é lindíssimo, e merece a nossa visita.
Tentei explicar à pequena que aquilo era um palácio onde há muito tempo tinha morado uma Rainha (foi construído inicialmente para ser a residência da Rainha Maria Pia de Savóia, esposa do Rei Manuel I). Ela prontamente me pergunta se a Rapunzel, e a Elsa e a Ana estão lá… lá me desenrasquei a explicar a diferença entre essas princesas e Rainha, e ela diz que percebeu.
Pediu para ver o palácio por dentro. Entramos pela recepção do Hotel e fomos invadidas pelo “Aaahhh!” que não conseguimos conter.
A beleza histórica é imensa, desde as mesas e cadeiras, às paredes esculpidas em pedra e azulejos. Uma imponente escadaria com uma armadura captaram também a nossa atenção.
Impressionou-me a beleza de tal lobby, mas a reacção de uma criança de 4 anos, digo-vos, foi surreal. Para concluir que a arte e a história são intemporais e para qualquer idade. A criança de cabeça levantada para o ar a dizer “Adoro!”, “Tão lindo!”. Indescritivel…
Depois de tal fascínio, brincamos um pouco no comboio esculpido num tronco gigante de árvore que se encontra no exterior do posto de turismo e loja de recordações.
Existem também WCs gratuitos e um pequeno café com esplanada.

Cruz Alta
Seguimos caminho até à Cruz Alta, o ponto mais alto da Serra do Buçaco. Para a visitar, temos que sair do recinto da Mata Nacional, mas quem pretender pode voltar a entrar com o mesmo bilhete, que é válido para o dia inteiro. São cerca de 8Km de distância.
Ao lá chegar, fomos surpreendidos por um silêncio maravilhoso, um céu azul e uma vista fantástica da Serra e das terras circundantes.
Foi um dia relaxante, sem horários e sem pressas.
Na volta, regressamos novamente pela mealhada, onde levamos para casa um “Ferro Velho” para jantar. Já ouviram falar? 🙂