O mercado de trabalho está a sofrer uma verdadeira revolução, com novos padrões de relações de trabalho e com mudanças no perfil do emprego formal.
Da década de 90 do século XX até aos dias actuais tem sido crescente a aposta no auto-emprego, caracterizado pelo aparecimento de empreendedores involuntários, representados principalmente por recém-formados e por trabalhadores dispensados das suas empresas.
1. O Empreendedorismo foi reconhecido pela ONU
Em 1993, a ONU aprovou uma resolução em que reconhecia o empreendedorismo como uma força social e económica da maior importância.
O Green Paper da Comissão Europeia (2003) aponta 5 razões para considerar o empreendedorismo importante:
- o seu contributo para a criação de empregos,
- o crescimento económico,
- o aumento da competitividade,
- o aproveitamento do potencial dos indivíduos e
- a exploração dos interesses da sociedade (protecção do ambiente, produção de serviços de saúde, de serviços de educação e de segurança social).

2. O Empreendedorismo é para todos
O empreendedorismo é um dos raros assuntos que atrai especialistas de diferentes áreas, levando Universidades europeias a apostar neste tema, proporcionando formação aos alunos e suporte aos recém-formados para a criação do seu próprio emprego.
É possível, assim, estimular o comportamento empreendedor, independentemente das áreas científicas e profissionais.

3. Empreender é para a vida
Hoje em dia bem sabemos que um emprego não pode ser visto como um projecto de vida. Mas muitos ainda não o querem aceitar.
A menos que haja um esforço consciente e planeado no sentido de se reverter essa tendência, os jovens, daqui a 40 anos, continuarão pouco preparados e reticentes quanto à possibilidade de se lançarem de maneira autónoma e independente à procura dos próprios projectos.
Ao prepararem-se pessoas para actuar de forma empreendedora na sociedade, através da criação de novos negócios ou nas organizações em que trabalhavam, lançam-se as bases para um desenvolvimento consciente, responsável e sustentável.

4. Em 2019, Portugal é das economias com maior capacidade inventiva do Mundo.
Em 2001, Portugal pouco ou nada contribuia para a actividade inventiva da comunidade.
Este resultado conclui a necessidade de apostar na formação em empreendedorismo para dinamizar a economia, salientando também a necessidade de se alterar a cultura na sociedade em relação ao empreendedor.
Em 2004, os resultados são ainda piores.
Portugal foi o 4º pior (em 16 países) e tem uma das mais baixas taxas de empreendedorismo na União Europeia, ficando também nas mais baixas taxas quando comparado com outros países fora do espaço comunitário.

Uma análise à atividade empreendedora portuguesa, compara os anos de 2001 (4,5%), 2007 (9%), 2010 (5,7%) e 2019, tendo este último ano um incrível aumento para 11% (11 em cada 100 portugueses são empreendedores). Este resultado deixou Portugal apenas atrás do Brazil e da República da Coreia.
De acordo com o IAPMEI, os aspectos considerados mais favoráveis na promoção do empreendedorismo em Portugal foram o acesso às infra-estruturas físicas, assim como o grau de abertura social e cultural para a inovação e mudança.

5. Empreender faz parte do nosso dicionário!
As normas culturais e sociais existentes não incentivam os riscos e as responsabilidades individuais e penalizam quem os assume e falha, ao contrário de países como os Estados Unidos da América, onde o falhar de projectos é visto como uma etapa na aprendizagem pessoal.
Em Portugal não são dadas muitas oportunidades a quem já falhou, o que acaba por desincentivar a população.
No entanto, o governo compreende a importância do empreendedorismo, enquanto mecanismo de desenvolvimento económico qualificado, tem vindo a conceber políticas que apoiam este fenómeno.

Mas cabe a cada um de nós, mostrar que é possível seguir a via empreendedora e lutar por aquilo em que acreditamos.
É possível seguir os nossos sonhos e viver deles.
Obviamente não poderemos esperar sucesso sem trabalho, dedicação e empenho. E claro, não podemos desistir na primeira barreira.
Temos que mergulhar em informação e conhecimento. Não podemos achar que sabemos tudo, pois sabemos muito pouco. Temos que procurar quem já fez o caminho que agora estamos a perseguir.
Sabemos que ser empreendedor não é fácil.
Mas é possível aprender mais e, se dermos o melhor que há em nós, o sucesso é a meta a atingir!