Hoje quem nos fala é a Marta. A sua história e a do seu projeto já foi contada aqui. Mas hoje ela vem falar-nos dos principais mitos que enfrentamos quando somos mães pela primeira vez e de como ela criou a solução!
“Desde muito cedo demonstrei talento com as crianças. Todos (os adultos) se admiravam na forma cuidadosa como eu pegava em bebés. Não seria de estranhar que o meu desejo sempre foi ser mãe.
Infelizmente, e como uma boa maioria das mães que conheço, cresci rodeada de mitos, quer no que respeita ao parto, quer na amamentação, ou até mesmo nos cuidados do bebé.
Penso que deveria estar no sétimo mês de gestação quando comprei um pack completo de biberões da Tommee Tippee. Lembro-me de comentar com a assistente de loja que esperaria conseguir amamentar, mas que se não conseguisse que preferia estar prevenida com biberões em casa.
Cá, em Inglaterra, são oferecidos três workshops na gravidez: amamentação, parto e cuidados com o recém-nascido. Aquele que, para mim, foi o maior abre-olhos foi o da amamentação.
Todos os mitos que cresci a ouvir foram reduzidos a pó durante aquele workshop.
“Se estava errada em relação à amamentação, no que mais poderei estar errada?”
Isso levou-me a pesquisar, a estudar. Pesquisei tanto que por várias vezes já me perguntaram durante consultas se sou profissional de saúde ao que eu respondo “sou apenas uma mãe informada”.
Pouco tempo depois do meu filho nascer, descobri que haviam grupos de mães no Facebook – foi com eles que aprendi imenso. Muitas vezes, as partilhas de outras mães, assim como de artigos publicados, ajudaram a sentir confiança de que as decisões que estava a tomar enquanto recém-mãe estavam correctas e eram as recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segui sempre o meu instinto (maternal) que esteve sempre certo, embora rodeada de conceitos como “dar colo em demasia torna o bebé mal habituado / viciado / dependente” e Bla Bla Bla, a história do costume.
Conforme o tempo foi passando e a minha (ainda pouca) experiência foi aumentando. Fui ajudando outras mães nos grupos, o que criou um desejo de ter um espaço onde eu o pudesse fazer.
Notei que havia um padrão em todos os grupos (independentemente de serem de amamentação, babywearing, cadeiras auto): todos procuravam por artigos com preços mais acessíveis o que muitas vezes os levava a ir a sites “duvidosos” e isso deu-me uma ideia:
“Porque não criar uma página onde disponibilize o envio de:
artigos que eu sei de ante-mão serem mais baratos em Inglaterra,
artigos que não são comercializados em Portugal, e
onde eu possa ajudar outras mães?”
Daí nasceu a Além Fronteira – Artigos Puericultura.
Através deste projecto tenho, não só conseguido ajudar muitas famílias a poupar trocos (que são precisos para outras coisas) como enviar artigos que não são encontrados em Portugal. Mas mais importante, tenho conseguido ajudar a desmistificar conceitos desde a gravidez, ao parto, à amamentação, ao babywearing, ao sono, sólidos, enfim… um bocadinho de tudo.
Adoro este mundo que tenho criado com a Além Fronteira.
- O acompanhamento, pois uma boa parte maioria das minhas clientes contacta-me durante a gravidez e quando voltam a contatar dizem: “Marta, o meu bebé já nasceu!”.
- Saber que ajudei famílias a fazerem o enxoval por menos de metade do preço que pagariam em Portugal.
As conquistas e os planos que tenho para ela de puder chegar a mais famílias. O facto de conhecer famílias excecionais de quem tive o privilégio de me tornar amiga é só mais um extra.
Ah! E quanto àquele pack de biberões? Vendi-o novo, caixa ainda por abrir.”
Texto: Além Fronteira – Artigos Puericultura.
Edição. mum’s needs