Uma alimentação saudável é a base para uma vida saudável.
Todos sabemos isso. mas todos os dias nos esquecemos disso.
Sabemos que o açúcar faz mal, mas pensamos “eu não como assim tanto açúcar, é só em dia de festa”…
Eu também pensava assim.
Sabemos que o excesso de peso traz consequências nefastas ao nosso corpo,
E não é só o “pneuzinho de lado”, o pior mesmo é o que não conseguimos ver.
Mas em vez de corrigir, compramos um número acima de calças, vestimos uma camisola mais larga para “disfarçar a barriga”…
Eu também era assim.
Mudar de vida
Existem muitas dicas de saúde, de dieta, de nutrição disponíveis no mercado, mas cabe-nos a nós decidir qual melhor se adapta ao nosso corpo e ao nosso estilo de vida.
Queremos uma dieta rápida que nos faça perder uns quilos para usar a roupa de verão ou queremos mudar a nossa qualidade de vida e a da nossa família?
Nunca tive excesso de peso (andei sempre no limite, se tivermos em conta o Indice de Massa Corporal, 179cm de altura, um máximo de 72Kg), mas a verdade é que nunca fui adepta de exercicio fisico e tinha uma vida bastante sedentária. Com pouco peito e nenhuma anca, a barriguinha e o “pneu” sempre fizeram parte da minha silhueta.
Com um colesterol de 190, ainda fiz uma dieta há uns 10 anos daquelas de peixe cozido, peito de frango cozido, perdi uns 5 quilos, mas o colesterol assim continuou e eu não aguentava mais. Tinha fome! Voltei a comer tudo como dantes e rápidamente cheguei ao meu peso normal de 70kg.
Sair da rotina
Em 2012, mudamo-nos para Londres e a falta que o nosso pãozinho me fazia!
A verdade é que, sem dieta, mas apenas o facto de não comer pão todos os dias, não ter carro e ter de correr para apanhar o metro ou o autocarro, o meu colesterol baixou para 160 (isso já deveria ser um sinal, mas eu não percebi à primeira…)
Depois da minha gravidez, há 4 anos, fui perdendo peso, até que involuntariamente (com a mudança do estilo de vida “devagar, devagarinho” para um “nunca parar sentada no sofá”!) e cheguei aos 64Kg.
Sentia-me bem. Mas a verdade é que dava por mim a comer e a não ficar saciada. A sentir o meu corpo enfartado mas a pedir-me batidos e sumos de alface para o jantar…algo não estava certo!
Sentia-me sempre super cansada, sem energia ou motivação.
Ler os rótulos
Tinha lido que os hidratos de carbono causavam esta sensação de cansaço constante e tinha que fazer alguma coisa. Além disso, não sei se é da idade, mas comecei a ter mais consciência daquilo que comia, do que a minha família comia, do que compramos nos hipers e supers e comecei a assustar-me.
Comecei a ler rótulos. E a entrar em pânico.
A minha filha come iogurtes sem lactose. Como é que um iogurte de aromas tem 12g de açúcares? Isso são 2 pacotes de açúcar! E um iogurte liquido tem 14g! (e nós que achamos que o iogurte é o “amigo saudável” do lanche dos nossos filhos…)
Algo tinha que mudar
Há quem diga que o açúcar é a droga que damos aos nossos filhos inconscientemente. O nosso corpo fica “agarrado” ao açúcar e nós nem nos apercebemos. Por isso é tão difícil mudar os nossos hábitos.
Sempre que fornecemos açúcar/hidratos de carbono ao nosso organismo, o nosso corpo produz insulina para combater o aumento do índice glicémico. Quando os niveis de açúcar no nosso sangue voltam a normal, o nosso corpo pede mais açúcar. Por isso queremos mais.
Dieta Cetogénica
Então, em Maio de 2018 decidi iniciar uma dieta pobre em hidratos de carbono e, consequentemente, pobre em açúcares.
Existem vários nomes para esta dieta, e nem sei se realmente segui alguma à risca, mas guiei-me pela dieta cetogénica.
A dieta cetogénica baseia-se em reduzir ao mínimo os hidratos de carbono na nossa alimentação, forçando o nosso corpo a usar a gordura para o seu metabolismo.
Para começar, eliminei tudo o que era pão, arroz, massa, batatas, bolos, bolachas, açúcar, compotas, sumos, fruta, lacticinios, leguminosas (feijão, grão)…
Aumentei consideravelmente o consumo de legumes (alface, tomate, curgete, beringela, couve-flor, brócolos, cogumelos…), frutos vermelhos (amoras, mirtilos, morangos, framboesas), óleo de coco, chá, azeitonas, azeite, abacate, ovos, natas, amêndoas, avelãs, farinha de amêndoa…
Reduzir o consumo de hidratos de carbono e compensar com gordura
Parece impossível, mas não é!
A vantagem deste tipo de alimentação, numa situação familiar, é que não é preciso fazer comidas diferentes para todos. Podemos fazer galinha no forno, bifinhos com natas e cogumelos, …, e podemos comer tudo (incluindo o molho que tem a gordura que tanto desejamos nesta dieta) só não comemos o acompanhamento (o arroz ou as batatas, por exemplo).
É importante comer gordura. É ela que nos vai manter saciados durante o dia.
Temos fome. Comemos umas amêndoas, umas azeitonas (em vez de nos agarrarmos a um pacote de bolachas que no final, só deixa insatisfação e remorsos).
Sei que pode parecer estranho. no ínicio deparei-me com uma dificuldade enorme: tinha evitado toda a minha vida os alimentos que agora começaria a comer!
Não é fácil.
Ninguém disse que era fácil, pelo menos no início.
O nosso corpo está habituado a “comer” açúcar e de repente fica sem sustento.
O nosso metabolismo tem que mudar para cetose, ou pelo menos, para o modo “consumo de gordura”.
Mas acreditem. É tão satisfatório!
Não vejo isto como “uma dieta”. vejo isto como “a dieta” que quero fazer para a minha vida.
O meu objetivo não era perder peso, mas acabei por chegar aos 59Kg nos primeiros 2 meses.
Os hidratos de carbono fazem-nos reter muitos liquidos, por isso se perde tanto peso quando se inicia uma dieta pobre neste nutriente.
Uma dieta para toda a familia
Com tudo isto, e apenas por me acompanhar nas refeições, o meu marido que pesava 98Kg, pesa agora 84Kg. E acreditem que ele não segue a dieta à risca, simplesmente começamos a estar mais atentos aos valores nutricionais daquilo que compramos.
E querem saber, o meu colesterol desceu para 140!
irei postando algumas receitas que vou fazendo para vos mostrar como é fácil e saboroso fazer uma alimentação sem açúcar.
Até já!
Nota: Este texto é apenas uma opinião sobre a minha experiência pessoal. Consulte o seu médico ou nutricionista para opinião profissional.